O Brasil tem níveis relativamente altos de percepção de corrupção, ficando atrás de vizinhos como Chile e Uruguai em rankings como o da Transparência Internacional. Para se combater a corrupção, é preciso haver um sistema que permita uma boa possibilidade de que os corruptos sejam descobertos, investigados, processados e punidos. Criar leis para punir os atos corruptos não basta. Para fazer o sistema funcionar é preciso ter freios e contrapesos. A exemplo disso, nos Estados Unidos os maiores departamentos regionais de polícia têm unidades de combate à corrupção pública para investigar os casos locais. A atuação dessa polícia é completamente apoiada por autoridades legais, o que permite algumas condenações com sucesso. A polícia estadual também está autorizada nesses casos. O desempenho dessas agências é controlado porque seus superiores são autoridades que não são indicadas ou controladas por políticos locais, juízes ou policiais, como acontece largamente aqui no Brasil. A polícia nacional adiciona outra camada de risco aos corruptos, especialmente o FBI, que tem a responsabilidade de investigar a corrupção de entes públicos pelo país, mesmo que esteja ocorrendo com autoridades locais, estaduais ou nacionais. Além de estruturas adequadas, o controle da corrupção requer investigações efetivas e táticas de prevenção. No Brasil, que depende largamente das polícias estaduais para a maioria das ações de prevenção e investigações, é importante garantir que a PF tenha número suficiente de investigadores, o que não tem ! Desta forma, as suspeitas não são apuradas em tempo razoável, e o resultado é a impunidade, o que encoraja servidores públicos a se corromperem, já que o risco de ser pego é pequeno. Quando se cria a falsa sensação para o povo, de que as investigações são efetivas, este tende a acreditar que o jogo não é controlado pelos poderosos. Esse conceito é basicamente errado, pois qual seria o incentivo para que eles, os donos do poder seguissem as regras?