CÂMARA DE VEREADORES DE CURITIBA VERSUS ACADEMIAS


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Como todo tema polêmico que envolve o Covid-19, as opiniões na Câmara de Vereadores de Curitiba segue o mesmo “ritmo bipolar”. O que um dia pode e é recomendado por alguns, em dia seguinte é desaconselhável por outros, e a alternância de pareceres parece ser uma constante em todos os segmentos que se dispõem a achar solução para conter o vírus. Em reunião extraordinária remota, a Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) debateu a reabertura das academias, com representantes do segmento e do Executivo. Participaram o Conselho Regional de Educação Física da 9ª Região do Estado do Paraná (CREF9-PR), a Associação dos Centros de Atividade Física do Brasil (ACAF), a Associação Brasileira de Academias (ACAD Brasil) e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS). 



A pauta do encontro, realizado antes do decreto do Governo do Paraná com medidas mais restritivas contra a covid-19 – foi a recategorização das academias no sistema de bandeiras da Prefeitura de Curitiba. O presidente da Comissão de Saúde, Dr. Wolmir Aguiar (Republicanos), elogiou o movimento das academias e ponderou que o segmento pretende reabrir seguindo todos os protocolos sanitários, de forma “responsável e ordenada”. 
Beatriz Battistella, da SMS, ressaltou que “são inegáveis os benefícios das atividades físicas à saúde”, mas que a decisão de fechar as academias não é “individual e aleatória”. Segundo ela, a frequência respiratória elevada contribui para a propagação do vírus. Assim como o contato em esportes como as lutas marciais, pois o vírus é facilmente transmitido. Conforme Beatriz, os próximos passos devem ser investir no isolamento de pessoas com sintomas gripais – sendo covid-19 ou não – e “estabelecermos juntos os protocolos daquilo que pode funcionar”. 
Os representantes das academias argumentaram que podem ser aliados da prefeitura na fiscalização, além de auxiliar as pessoas a aumentarem a imunidade e manterem a saúde mental. Renato Ramalho, da ACAD, destacou que as academias são “a saúde preventiva”. Antonio Branco, presidente do CREF9-PR, completou que o objetivo é que “pessoas dependentes de doenças crônicas, não transmissíveis, não percam ganho fisiológico”.
“Nós não estamos querendo a abertura das academia de forma irresponsável”, ressaltou Edson Marcelo Lopes, da ACAF. Segundo ele, mais de 30 itens compõe o protocolo de segurança contra a propagação da covid-19, como o limite de 1 aluno a cada 9 m² e o agendamento das aulas. Lopes também apresentou estudos das Universidades de Madri, na Espanha, e de Oslo, na Noruega, que tratam da ida às academias durante a pandemia e alertou à situação financeira dos estabelecimentos.
Para Bruno Pessuti (Pode), o aplicativo Saúde Já poderia se “tornar mais robusto”, para que os usuários de academias façam check-in e mostrem os lugares que frequentam, aumentando a capacidade de rastreio da prefeitura. Noemia Rocha (MDB) sugeriu uma conversa dos vereadores com representantes das igrejas e questionou o acordo realizado entre o Executivo e os representantes das academias, no dia 15 de junho, que sinalizava uma flexibilização das atividades.
A Comissão de Saúde da Câmara de Curitiba é composta por Dr. Wolmir Aguiar, presidente, Oscalino do Povo (PP), vice-presidente, Jairo Marcelino (PSD), Noemia Rocha e Tito Zeglin (PDT). Também participaram da reunião os vereadores Bruno Pessuti, Cristiano Santos (PV), Geovane Fernandes (Patriota), Osias Moraes (Republicanos), Serginho do Posto (DEM) e Tico Kuzma (Pros).