Quando a primeira fumaça saiu pela janela, já estávamos no local, e na explosão nossa câmara já eternizava o triste momento que destruiu totalmente uma residência na Avenida Norte Sul. Larguei o carro do site na contramão, e fui rapidamente entrando na garagem para tirar o Siena (creio que era esse o modelo) e a moto que se encontravam na casa ao lado, pois as paredes desta já estavam com fumaça devido à insuportável e alta temperatura (veja vídeo) . O carro estava sem bateria e foi empurrado, a moto sem as chaves e de roda travada, foi coletivamente erguida aos trancos. Imediatamente organizei um mutirão de pessoas, que de mão em mão passavam os baldes com água para que pudéssemos refrigerar e apagar focos de fogo na casa que ainda não havia sido totalmente destruída. Na outra casa vizinha abaixo, moradores refrigeravam as paredes e telhado. Ela não foi atingida pelas chamas.

A situação era de pânico, pois a parede já carbonizada só não incendiava de vez , deviso à água que jogávamos com os baldes. O telhado começava a pegar fogo e a escassez de água me fez arrancar a torneira da parede para que tivéssemos um maior fluxo com ela jorrando  em fartura pelo cano estourado. Uma densa fumaça branca começava a sair pelo telhado da casa que socorríamos.  Solicitei que moradores me ajudassem a tirar os colchões e arrancamos as cortinas que já pegavam fogo, colocando-as para fora, criando condições para  molhar as paredes pelo lado de dentro com o esguicho. A situação era assustadora, pois a fumaça e o excessivo calor não nos deixavam enxergar direito e nos faziam tossir. O morador e companheiro Hildor Foster mantinha o esguicho dentro da casa e refrigerava internamente os locais que pegavam fogo, constantemente eu o informava sobre qual local a ser refrigerado no interior. As roupas no varal acima da nossa cabeça, começaram a pegar fogo e joguei-o ao chão. O calor era quase insuportável e a fumaça ardia nossos olhos. 

A colaboração e coragem da vizinhança foi fator determinante para que conseguíssemos controlar o fogo onde estávamos, mas a casa onde o incêndio começou ficou totalmente destruída (foto 01 e 02). Quando os bombeiros chegaram, nada restava da primeira casa, mas a situação da segunda estava sob controle. Nosso telefone é o 9639-2060 – Tim e 9188-0557 – Vivo, caso alguém possa ou queira ajudar a família a reconstruir a sua vida, qualquer doação de madeira e roupas serão aceitas, pois a perda foi total. Contamos com você ! As fotos abaixo são da casa vizinha que refrigerávamos a parede no momento do incêndio, e mostra a mesma antes da chegada dos bombeiros. Vale a pena lembrar que a demora para locomoção da guarnição de bombeiros de Santa Felicidade até aqui, pela longa distância a ser percorrida,  pode ser fatal, isso me faz lembrar que a pouco tempo a Prefeitura doou à terceiros, ainda anônimos, um grande terreno ao lado do Ginásio abandonado do Jardim Cecília. Se este local fosse usado em benefício da população, será que o Governo do Estado, em convênio com a PMCM, não poderia ter feito uma unidade operacional de bombeiros naquele local ? Porque a maioria dos vereadores aprovaram a doação desse terreno, indicado pelo executivo ? Essa doação vai beneficiar quem ? … Nada afirmo, nada nego, tudo questiono e divulgo.  Vejam após a foto abaixo, o vídeo de 3 minutos com resumo visual de toda a mobilização que fizemos dentro da casa !

A SEGUNDA CASA SÓ NÃO FOI DESTRUÍDA DEVIDO À MOBILIZAÇÃO POPULAR, EM APAGAR OS FOCOS DE FOGO.