Nas mentes dos que se julgam poderosos e donos absolutos do poder, jamais passaria o pensamento de que uma greve de professoras em Campo Magro pudesse ser o despertar da força e união do funcionalismo público. Que esse notório marco histórico na nossa cidade sirva de exemplo à outras classes de trabalhadores que se sentem oprimidas dentro da repressão e imposição ditada pela administração, mas nada fazem por medo de represálias. Na assembleia de ontem, o professor Adilson Paula, secretário da APP, fez uso da palavra e dissertou um breve relato sobre a atual situação burocrática em que se encontra as negociações relativas à greve. Com fala firme, sorridente e bem humorada, Adilsom descreve com clareza os principais tópicos das negociações. Em resumo Adilson diz : “Que a reunião com o Prefeito foi bastante tensa, irônica em alguns momentos. Adilson agradece o importante apoio recebido pelo promotor Dr. Paulo Conforto, de Almirante Tamandaré, presente às negociações, diz que a atitude do magistrado fala a língua do povo baseada nas leis, e que ele não se esconde atrás de um título por já ter vivido em São Paulo situações semelhantes a que Campo Magro passa. Observa que todo o staff da prefeitura se dirigia somente ao promotor e que a presença fantasma dos outros integrantes da APP na reunião não foi abalada por esse pouco caso, pois ninguém faz questão de aparecer na foto, apenas em resolver a situação das professoras. Diz que o professor Augusto recebeu os números ontem e que virou a noite fazendo contas e projeções de impacto sobre o orçamento atual da prefeitura, e concluiu um relatório de fundamental importância para as negociações. Relata que a convergência de números conclusivos entre os relatórios apresentados pelo Ministério Público e pela Secretaria de Educação, são praticamente os mesmo, o que isso é indicativo da total lisura no relatório conclusivo. Adilson diz que o prefeito encaminha o início da reunião de uma forma meio atravessada, pois queria que a APP apresentasse o resultado para somente depois se manifestar, situação que foi rebatida de imediato, pois ao “anfitrião” e dono da caneta tem prioridade na fala, alem do que foi ele quem disse não ter dinheiro. E assim foi. A contadora da Prefeitura disserta sobre o seu ângulo de visão, mas a APP desde o início de sua explanação percebe três grandes erros em sua fala (assista o vídeo). No diálogo fica claro que a prefeitura adota dois pesos e duas medidas para o mesmo assunto, se for conveniente leva em conta a atual situação financeira, se não for disserta sobre projeção estimada com data base em dezembro de 2012.
Relata o representande da APP que em alguns momentos houve necessidade de se elevar o tom de voz para tentar fazer com que fosse ouvido e de posse do livro da LDB, tentou explicar ao prefeito o que realmente é um piso salarial e fez questão que se registrasse em ata os artigos citados, na presença do Ministério Público, pois a necessidade de se esclarecer que “piso é piso e NÃO teto” se fazia absolutamente necessária. Nessa parte das negociações o prefeito diz que então irá mexer na tabela, e os representantes do Sindicato dizem que esse assunto é inquestionável e que não iriam debatê-lo. O prefeito rebate que então irá a justiça e tem como afirmativa da APP que vá rapidinho, pois a justiça irá dar ganho de causa às professoras de forma absoluta e clara. Relata que a partir deste momento o sorriso discretamente tomou posso dos cantos de suas bocas, pois o respeito voltou a ser presente nas negociações. Diz que Ana Lucia explicará a proposta encaminhada pelo executivo e que foi marcada para dia 16, a próxima reunião de negociações. Adilsom fala que uma coisa que os assustou muito foi a porcentagem de terceirizados trabalhando no município (já fizemos inúmeras matérias sobre isso , postando-as com documentos oficiais dos processos), e que isso vai ser questionado no Ministério Publico. Afirma que concurso público e efetivo é muito mais barato do que terceirização. E que os salários michos dos funcionarios entram em conflito com o grande percentual abocanhado pelas empresas terceirizadas. Como última fala, o defensor pergunta ao prefeito sobre a atitude de descontar os dias de greve e obrigar a reposição das aulas. O prefeito argumenta que a lei é essa. Adilsom defende-se falando que o calendário de reposição foi apresentado pela Secretaria de Educação. Inflexivel o prefeito refirma que ele irá descontar. A resposta imediata do defensor, foi que se o desconto existir, as reposições NÃO serão feitas, mas acatarão a decisão judicial do fato. Uma proposta que beneficiaria à todos foi apresentada, ou seja a prefeitura retira a sua ação jurídica e a APP retira o Agravo de Instrumento . Assistam o vídeo, na sua íntegra contendo muitas outras falas, pois alguns detalhes podem ter sido grafados com possíveis erros de interpretação. Daqui a pouco postarei mais matérias com a explanação do professor Augusto Duarte. Obrigado e um bom feriado à todos.