Instalada aqui em Campo Magro, a unidade do IPCC opera a maior planta de reciclagem de resíduos gerados na capital. Por meio de um convênio com a prefeitura, a organização não-governamental mantém em funcionamento uma Unidade de Valorização de Resíduo (UVR) que dá destinação adequada a 40 toneladas de material reciclável por dia.
No local, 212 pessoas revezam-se no trabalho de separar plásticos, vidros, papéis e outros materiais. As pilhas decorrentes da seleção e organização são prensadas, gerando fardos que serão posteriormente vendidos para financiar projetos sociais. O gerente Comercial do IPCC, Pedro Violani, e o gerente da UVR, Alfredo Holzmann, explicaram aos vereadores os procedimentos adotados e os planos de expansão da atividade. “Em 2012, vamos ampliar a nossa área coberta, onde armazenamos o material que passará pela triagem”, disse Violani.
A secretária do Meio Ambiente assegurou que novas campanhas educativas serão veiculadas no próximo ano, para incentivar a separação correta do lixo. “Antes disso, porém, temos que viabilizar a infraestrutura para o recebimento deste aumento no número de recicláveis. De 2006 para cá o volume já subiu 150%, quando a coleta passou de 30 para 100 toneladas por dia”, afirmou Marilza Dias. Do material recolhido pela administração, parte vai para o IPCC, parte vai para as 12 unidades do Programa EcoCidadão e o restante é assimilado por outros 32 depósitos cadastrados junto à prefeitura.
O volume de triagem do material reciclado é menor na Associação de Catadores Vida Nova: 35 toneladas por mês. Em um prédio alugado, no bairro do Capão Raso, 38 pessoas trabalham em turno único de oito horas para selecionar o material do “Lixo que não é lixo” e Câmbio Verde, mais as doações vindas de empresas que adotaram políticas internas de separação do lixo, como a Celepar e o Cindacta.
A presidente da associação, Simone Lisboa, explica que boa parte dos membros são mulheres. “Elas trabalham aqui enquanto os maridos fazem a coleta na rua”, explica. Diferente do IPCC, o resultado das vendas é dividido entre os membros da associação. “Dá uma média de R$ 500 por mês”, diz Simone. A prefeitura de Curitiba fornece infraestrutura e apoio na gestão do projeto com o Programa EcoCidadão, executado pela organização não-governamental Aliança Empreendedora.
“Já existem 12 unidades do EcoCidadão em Curitiba, que somadas geram 300 empregos diretos. A meta da prefeitura é chegar a 21 unidades e 1.000 empregos. Nós vamos acompanhar esse processo”, declarou o presidente da comissão. Marilza Dias aproveitou para confirmar que uma usina de processamento de PET será inaugurada no ano que vem, dobrando o valor de venda deste material. “A usina vai atender a unidade do IPCC e o Programa EcoCidadão, gerando mais renda para essas pessoas”, afirmou.
Para Felipe Braga Côrtes, as visitas confirmaram a importância dos catadores de material reciclável para Curitiba. “É fundamental a participação deles neste processo, aumentando a quantidade de material reciclado. Também é preciso conscientizar mais a população, para que separe o material reciclável, pois muita coisa ainda está indo para o lixo comum”, disse o parlamentar. Fora o que é recolhido pela prefeitura, outras 540 toneladas por dia são coletadas individualmente por catadores.