Ontem, o presidente em exercício do PDT nacional, Haroldo Ferreira, disse ser “incompatível” a ida do senador Alvaro Dias (PSDB) para o partido. Nos últimos dias, após uma queda-de-braço com o deputado estadual Valdir Rossoni (PSDB) e da relação cada vez pior com o governador Beto Richa (PSDB), o senador tucano chegou a cogitar mudar de partido e o PDT foi um dos cogitados pela imprensa. Porém, mesmo que Dias tenha seu irmão Osmar Dias como um dos caciques do PDT do Paraná, não parece que a transferência para o PDT seja bem-vinda. Ferreira disse que as notícias de que o senador poderia trocar o PSDB pelo PDT não passam de ilações sem qualquer fundamento. “Temos uma aliança formada pela base aliada do governo federal desde 2010, na eleição da presidenta Dilma, quando Osmar Dias foi candidato a governador e a ministra Gleisi Hoffmann ao Senado, que se consolidou agora com a eleição de Gustavo Fruet”, explicou o presidente do partido.
Briga antiga
A trêmula relação de Alvaro Dias com Beto Richa, o comandante-mor no PSDB no Paraná, começou em 2010. O senador ficou neutro na disputa do governo, pois seu irmão era o principal concorrente de Richa. Desde então, as diferenças foram se acentuando. Já neste ano, logo após as eleições, Dias criticou o PSDB e o comando do partido — Rossoni e Richa — pelo apoio a Luciano Ducci (PSB) e pela consequente derrota. “É vexaminoso, deprimente, humilhante (perder já no primeiro turno). Não tinha visto, até então, um candidato a reeleição ficar de fora do segundo turno. O pessoal que comanda o PSDB precisa entender esse recado”, falou Dias, num recado direto a Richa.
Confronto recente
Depois disso, Rossoni e Dias ainda protagonizaram uma troca de farpas pública nesta semana. O presidente da Assembleia Legislativa se colocou como candidato ao senado em 2014 e desafiou Dias para uma prévia. Além disso, voltou à tona a discussão partidária, em que Rossoni acusa Dias de somente atrapalhar o PSDB e não contribuir. Por sua vez, Dias disse que o PSDB tinha virado um balcão de negócios, em que cargos eram dados a aliados em troca de apoio. A guerra está travada entre Dias e Rossoni. Resta saber quem ganhará os companheiros para disputar o cargo em 2014. As especulações são grandes. Como Rossoni é mais “articulado” no partido e como o PDT já descartou o senador, dizem que Alvaro poderia até mesmo embarcar no PMDB de Roberto Requião ou no PSD.