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Espuma tóxica em toda a margem do rio. |
Ontem meu dia foi repleto de emoções, sorrisos e lágrimas. Eram 07:15 da manhã, e eu já estava no Jardim Boa Vista IV em Campo Magro.
Naquele momento estrei dentro do carro e comecei a fazer a postagem que você está lendo. Meus amigos já me esperavam, e eu não tinha conhecimento da exata gravidade do assunto que nos mobilizou até aquele local. Deixamos nossos carros no “acostamento” aqui da Avenida Norte Sul, e ajudamo-nos mutuamente a passar entre os arames farpados, para seguimos por uma trilha de uns 150 metros, que nos levou até o rio que passa no fundo deste vale.
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Odor pútrido à 20 metros da água. |
A princípio a farta vegetação, e o canto dos pássaros nos davam a impressão que participávamos de um lindo passeio matinal. A medida que nos aproximávamos da margem do rio, o crescente e aconchegante barulho das águas reforçava esta ideia. Porém a decepção se tornou presente há uns 20 metros antes de colocarmos o pé na água. O insuportável e ácido cheiro, só não seria notado por pessoas desprovidas de olfato, ou que estivessem na posição contrária ao vento.
Antes que o pútrido odor enchesse nossos pulmões, instintivamente respiramos fundo e prendemos a respiração na tentativa de minimizar o prejuízo ao nosso corpo. Começamos a tirar fotos e a fazer a filmagem. A pseudo transparência das águas e a poluição visual, nos davam a impressão de apreciar um rio correndo entre pedras e nuvens. Um rio “celeste”, em uma terra infernal, digamos assim !
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Asfalto fresado abandonado pela PMCM, que a chuva leva para o leito do rio. Veja a próxima foto! |
Respiramos profundamente mais uma vez, e sem trocarmos palavras, entendemos os nossos mudos gestos de abandonar o local. A minha hereditária teimosia, moveu minha mão a pegar um punhado de “nuvem” antes que subíssemos o morro, e regressássemos aos nossos veículos.
Quase meia hora se passou desde que havia tocado o céu com as mãos. A irritação na minha pele, me faz pensar no prejuízo ecológico que a transparente água nos “presenteava”, e me fez documentar por uma foto não programada, todo o prejuízo da minha teimosia. Temos em Campo Magro, a Secretaria do Meio Ambiente, que tem a OBRIGAÇÃO DE INSPECIONAR O LOCAL, colher amostra da água para análise, e tomar as necessárias providências para resolver o problema.
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O atual cascalho das margens do rio, se compõe de agregados químicos, alcatrão e hulha, provenientes do abandono do asfalto fresado à margem da avenida. |
Na postagem do dia 29 de maio de 2011 (click aqui para rever), falamos do péssimo custo-beneficio do “asfalto fresado” usado na pavimentação das ruas. Nossa foto mostra que o excedente de pavimentação deixado às margens da Avenida Norte Sul, pela PMCM, por ação das águas da chuva, descem morro abaixo, ajudando a poluir mais ainda as margens do nosso rio, com cascalhos envoltos em piche e produtos químicos agregadores de partículas (alcatrão e hulha). E ai seu José ?
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Fiquei com queimaduras na mão ao pegar a espuma tóxica. Veja o vídeo. Para ampliar a foto click com o botão esquerdo do mouse. |
Preparávamos para irmos embora e tivemos a agradável presença do Acyr, marido da Marlene, um casal aliado às nossas causas, que também conhecia o problema que documentávamos.
Desliguei o laptop naquele momento, e fomos para os afazeres de doações, no local onde aconteceu o incêndio (postagem anterior). Dirijo-me hoje, à PMCM, setor protocolo, para formalizar um pedido de inspeção no local da poluição, e incluirei em poucas horas nesta postagem, a documentação dessa solicitação, com o seu numerário, e a sua folha descritiva.
Desejo a todos um maravilhoso dia. Hoje a noite em torno das 23:00 horas, já estarei postando alguns outros interessantes documentos …
ASSISTAM O VÍDEO DA AGÚA PROPAGANDO A ESPUMA TÓXICA