CPI CASAGRANDE TUMULTUA CÂMARA DE CAMPO MAGRO


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Da redação do jornal “O Repórter

Sabendo da abertura oficial das CPIs na Câmara, durante a sessão da última terça-feira (14), o prefeito de Campo Magro, Claudio Casagrande, havia anunciado que faria uma live “soltaria uma bomba” para a população a respeito de um vereador da Casa. Ao que chegou aos ouvidos desta redação, a live não aconteceu.

Porém, durante a sessão, após votações de abertura das CPIs, a vereadora Cristina Balestra, de base do prefeito, anunciou que o chefe do Executivo havia protocolado na Câmara um processo administrativo de 2019 que investigava o vereador Roberto Leal. Ela ainda disse que, junto com os colegas também de base Gilmar Leonardi e Josnei Rosa, teria assinado a solicitação de abertura de uma nova CPI, desta vez investigando o vereador em decorrência do antigo processo.

A fala da vereadora acabou gerando caos na sessão, onde a população esteve em peso para acompanhar a abertura das CPIs. Ao ouvir vaias do povo de Campo Magro, a vereadora se exaltou e respondeu “Houve dentro dessa casa um assédio moral contra uma mulher e vocês estão aplaudindo!”, referindo-se ao processo que envolve o vereador Roberto Leal.

Ela ainda convidou os demais vereadores para assinarem a sua solicitação de investigação do colega e ao não receber um “sim”, disparou: “Politicagem está sendo feita dentro dessa casa!”. Logo em seguida, ela destacou que, tendo uma CPI investigando o Executivo, outra, de sua autoria, investigaria o Legislativo através da denúncia contra o vereador: “Um daqui e um de lá!”, disse.

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O lado dos vereadores

Respondendo à fala de Cristina, o vereador Chiquinho do Povo se exaltou e a acusou de, juntamente com o prefeito, reabrir um processo que estava arquivado por falta de provas, em decorrência da mudança de partido do vereador Roberto Leal, que, até então, também era da base do prefeito.

“Engraçado, vereadora, sete anos e meio que o rapaz ficou lá. Agora que ele virou oposição, você vem falar isso aqui. Por que não mexeram com isso antes? Me fala, vereadora!” e ainda complementou dando a entender que ela estaria defendendo o prefeito por ter benefícios: “Você dá cobertura, vereadora, fala pro povo que o seu genro está na Prefeitura”, disse.

Na sequência, Chiquinho, que foi chamado pessoalmente pela vereadora para assinar seu pedido, perdeu a paciência e chegou a sair de sua cadeira duas vezes. Ele ainda disse que a live que o prefeito ameaçou fazer ao saber das CPIs, era uma falta de respeito, uma “baixaria”.

Confira aqui a sessão completa em vídeo

Quem também comentou o caso foi o próprio vereador investigado no processo citado pela vereadora: “Isso não passa de uma perseguição política. Fiquei sete anos e pouco, aprovando junto com o executivo. Agora que saí do partido dele, ‘sou ruim’. Esse processo foi arquivado na Câmara por falta de provas. Não tenho nada a esconder, estou com a consciência tranquila”, ponderou Roberto Leal.

O vereador Professor Valdir Costa explicou também à colega que uma nova CPI não poderia ser aberta: “Estamos em trâmite legal de duas comissões parlamentares nessa casa. Assim, não podemos abrir outra comissão parlamentar enquanto não cessar essas. Isso de acordo com o regimento interno novo, não sei se a senhorita deu uma olhada”, questionou.

O vereador Márcio Bosa destacou ainda que o processo contra o vereador Roberto Leal teria sido arquivado por falta de provas. Mas que se fossem apresentadas estas provas, ele seria reaberto. “Fizemos todo o processo, fizemos oitivas, pedimos todas as provas materiais. Nada foi apresentado. E nós colocamos na conclusão da comissão de ética que, a qualquer momento, a comissão poderia ser reaberta desde que chegassem provas materiais que mudassem o proceder”, disse, lembrando que o processo está correndo na justiça.

Nossa equipe (O Repórter) de reportagem procurou o prefeito para esclarecimentos, mas não teve resposta até o momento.