A riqueza de Elon Musk, hoje calculada em US$ 195 bilhões, não partiu do zero. Filho de pai milionário, Errol Musk, soube multiplicar as oportunidades e dividendos. Visionário e polêmico, apostou sempre em inovação. Seu primeiro empreendimento de sucesso foi a Zip2, uma plataforma online de jornais vendida por US$ 300 milhões para a Compaq.
Em seguida, Musk fundou a X.com, que se tornou o PayPal, adquirido pelo eBay em 2003. Também teve participação em outras companhias, como a OpenAI, criadora do ChatGPT, que deixou em 2018.
Em 2002, criou a SpaceX, para revolucionar os voos espaciais comerciais. Foi a primeira empresa privada a lançar e recuperar com sucesso uma nave espacial da órbita da Terra. A empresa conseguiu desenvolver e lançar foguetes reutilizáveis, o que pode permitir à indústria baratear as viagens.
Seu primeiro foguete foi enviado em 2008. Dez anos depois, Musk mandou um carro da Tesla para o espaço num teste do seu foguete mais poderoso à época. Mais tarde passou a enviar satélites e pessoas. Em 2021, a SpaceX fez história com o lançamento de quatro passageiros “comuns” à órbita da Terra. Desde 2023, realiza testes, ainda sem tripulantes, em supernaves, como a Starship, a maior do mundo.
A Tesla, responsável pela maior parte da fortuna de Musk, foi fundada em 2003 pelos engenheiros Martin Eberhard e Marc Tarpenning, com foco na produção de energia limpa e carros elétricos. Em 2004, Musk investiu US$ 30 bilhões na empresa e se tornou seu presidente executivo e, posteriormente, o rosto da marca.
Ao contrário do que ocorre com outras empresas de Musk, a Tesla está listada na bolsa de valores de Nova York. Em alguns momentos, a empresa chegou a ultrapassar em valor montadoras tradicionais como Ford e General Motors, que têm números de produção e vendas muito maiores.
Em 2021, era foi avaliada em cerca de US$ 700 bilhões e chegou a ter uma filial de produção na China, consumida de carros elétricos. Uma das inovações da companhia foi o sistema de semi autonomia para os carros, o Autopilot, que permite que eles dirijam sozinhos por certo tempo. O recurso chegou a causar acidentes e ainda é controverso.
O portfólio da marca tem cinco modelos. O Model 3, sedan esportivo para famílias, e o Model Y, SUV de tamanho médio, foram os carros elétricos usados mais populares nos Estados Unidos, em 2023. No Brasil, segundo a empresa, foram vendidos 122 carros da Tesla de 2015 até 2021. A única forma de comprar é importando diretamente da fábrica, na Califórnia.
A Tesla, porém, não passa por seu melhor momento. A concorrência se acirrou com a expansão de marcas chinesas, como a BYD, e a desaceleração nas vendas de elétricos levou a empresa de Musk a demitir 10% de seus funcionários
Em 2016 foi a vez de investir na SolarCity. Fundada por primos de Musk, Peter e Lyndon Rive, a SolarCity era líder em instalação de energia solar em residências nos EUA. Adquirida pela Tesla, foi integrada à sua linha de produção, com foco em baterias solares para veículos elétricos.
A The Boring Company também começou em 2016, para construir túneis subterrâneos para resolver problemas de tráfego e transporte urbano. Seu projeto mais conhecido é o Loop, um sistema de transporte subterrâneo de alta velocidade.
A Neuralink é uma startup de neurociência de chips cerebrais cofundada por Musk em 2016. A ideia é desenvolver interfaces cérebro-máquina para melhorar a comunicação entre humanos e computadores e permitir que as pessoas controlem dispositivos diretamente com o pensamento. Recentemente, a empresa divulgou seu primeiro implante de chip em um cérebro humano.
Para comprar o Twitter, sua mais recente aquisição, Musk precisou de empréstimos e recursos da venda de ações da Tesla, que passou a operar em queda na Bolsa de Valores de Nova York.
A estimativa do mercado é de que a rede social – que Musk rebatizou de X – valha hoje um terço a menos que o valor da aquisição por Musk, de US$ 44 bilhões.
O Brasil é o sexto mercado do X com mais de 22 milhões de usuários, atrás apenas de Estados Unidos, Japão, Índia, Inglaterra e Indonésia, segundo dados da plataforma alemã Statista.
Hoje o Brasil tem 144 milhões de usuários de redes sociais. Conforme o relatório Digital Global 2024, o brasileiro fica mais de nove horas na internet, o que multiplica o potencial de negócios.
Mesmo antes de ser o dono, Musk já era um usuário frequente do Twitter. A compra, segundo ele, visava explorar o potencial da plataforma como espécie de “arena” de defesa da liberdade de expressão.