A insegurança está virando rotina para os trabalhadores dos Correios do Paraná. Campo Magro é uma das regiões metropolitanas de Curitiba que tem a preferências dos assaltantes. Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom ), em 2015 foram registradas cerca de 200 assaltos contra agências no Estado, o que dá uma média de aproximadamente três ocorrências a cada cinco dias. Neste ano, no entanto, a situação teria se agravado, com o número de assaltos saltando 600%, com três registros diários, em média.
Segundo Alexandre Basílio, diretor do Sintcom, a situação começou a se agravar a partir de março de 2014, quando os Correios e o Banco do Brasil fecharam um acordo que possibilitou aos franqueados se tornarem correspondentes bancários do BB por meio da iniciativa Banco Postal, que tem como objetivo levar serviços à população desprovida de atendimento bancário e proporcionar acesso ao Sistema Financeiro.
“Depois deste acordo as ocorrências começaram a aumentar, já que as agências viraram correspondente bancário, com fluxo grande de dinheiro. Mas como o seguro cobre as perdas, eles não se importam e deixam o trabalhador em risco”, critica Basílio.
De acordo com o sindicalista, o problema já está “impregnado” no Paraná, sendo que são poucas as unidades que conseguem se salvar, enquanto outras chegam a acumular até cinco assaltos em um único ano, relata.
Em Curitiba, por exemplo, os pontos mais visados são as agências da região norte da cidade, destacadamente as dos bairros Mercês, Santa Felicidade e Bacacheri. Já na região metropolitana, os principais alvos são as agências de Balsa Nova, Agudos do Sul, e Campo Magro. Esta, inclusive, já foi assaltada cinco vezes no ano passado e no fim de semana passado pela primeira vez em 2016.
“Queremos que coloquem segurança nas agências. Estamos tentando falar com a Câmara dos Vereadores, a população”, afirma Basílio. “A desculpa da empresa com relação a essa situação é a violência urbana. Com isso, vão jogando para a sociedade um problema que dos Correios. Você tem de prevenir os assaltos, não pode deixar acontecer. A coisa está escancarada e os Correios se recusam a sentar com a gente e negociar algo”, reclama o sindicalista.
Procurada, a assessoria de comunicação dos Correios informou, por meio de nota, que não divulga detalhes ou mesmo números sobre assaltos por questões de segurança. Ressaltou, no entanto, que foram intensificadas as parcerias com a Polícia Federal e com o comando da Polícia Militar, destacando ainda que “todas as agências dos Correios possuem cofres e sistemas de alarme e de imagens” e que “monitora o grau de risco em todas as suas unidades para determinar os locais que precisam de reforço na segurança, com recursos como portas giratórias e vigilantes”.
No começo da semana, o sindicato realizou um protesto durante a reinauguração do prédio histórico dos Correios no Centro de Curitiba. Entre as reivindicações, mais segurança.