|
O vime tem que ser descascado. |
A origem da produção de móveis artesanais de Campo Magro está no bairro curitibano de Santa Felicidade, onde famílias tradicionais atuavam no segmento usando principalmente o vime, introduzido por imigrantes italianos no fim do século 19. Aos poucos, funcionários dessas famílias que moravam em Campo Magro levaram a técnica para o lado de lá da Manoel Ribas, na Estrada do Cerne, e abriram seus próprios negócios.
|
Depois colocado para secar no sol, antes de ir
para o banho de imersão. |
Há dez anos, a maioria dos móveis eram de vime e junco. Hoje, são usadas fibras sintéticas – mais baratas, resistentes à água, com várias opções de cores e mais fáceis para se trabalhar. Fibras naturais como o vime e o junco ainda têm público cativo, mas menor. E, por serem mais difíceis de manipular, são deixadas em segundo plano pelos próprios artesãos.
|
Caixão funerário de vime para exportação ! |
A produção de Campo Magro se divide entre uma maioria de artesãos autônomos e uma minoria de micro e pequenas empresas. Essas vendem diretamente a lojistas, enquanto os artesãos, negociam com atravessadores, na maioria de São Paulo, onde um jogo de poltronas é vendido em uma loja da capital paulista por quase quatro vezes mais, o que aquece ainda mais o setor.
Atualmente a produção de caixões funerários de vime tende a se firmar no mercado, pois são ecologicamente os mais indicados ! O mercado paulistano é seu maior consumidor, e a exportação ainda galga seus primeiros degraus, pois existe a forte concorrência dos Chineses, maior exportador de moveis e caixões de vime do mundo. No Brasil o estado de Santa Catarina , se destaca em produtividade bruta e beneficiada.
|
Detalhe do caixão feito com vime tingido ! |
A empresária campomagrense, Célia Machado, dona da fábrica Rustfer, diz não ter do que reclamar. A empresa, que tem 70 funcionários próprios e 70 terceirizados, faz entregas no Brasil todo com os próprios caminhões, e exporta até para os Estados Unidos. Só não vende muito para a nossa vizinha Curitiba. “Meus produtos são caros demais para os curitibanos !”, diz Célia.