Matéria compilada na íntegra do portal RPCTV – Segunda Edição (22-03). Ao final da matéria click no link e veja a íntegra do vídeo exibido pela RPC-TV, onde se relata toda o decorrer da longa briga judicial e as declarações do prefeito Menegusso.
” Idosa luta há 20 anos para manter posse da própria casa no Paraná. Suely Endres tem 80 anos, e diz ser vítima de manobras políticas. Prefeito de Campo Magro emitiu decreto para recuperar a área.
A idosa Suely Endres, de 80 anos, luta há 20 anos para manter a posse da chácara onde vive em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba A área que funcionava como uma pedreira foi comprada na década de 60 pela família, mas, em 1994, começou a primeira batalha na Justiça contra um Centro de Tradições Gaúchas (CTG). Vinte anos depois, os entraves continuam, já que a idosa diz que a Prefeitura de Campo Magro fez manobras para beneficiar o CTG.
O problema começou quando o CTG, que já ocupava uma área próxima à chácara, comprou um terreno ao lado da estrada que era o único acesso ao terreno da idosa. Após a compra, o responsável pelo local resolveu fechar o caminho e impedir o acesso à chácara de Suely. “A estrada ficou apenas com o acesso deles e a estrada pra nós não. Aí não tinha como chegar aqui”, contou.
Suely acionou a Justiça e venceu o processo em primeira instância, no Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). Porém, um recurso levou a discussão para Brasília. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a área da estrada passasse a ser de propriedade de Suely, e deu a ela um pedaço de terra do CTG, como punição ao centro que deixou de pagar os custos do processo. “Pronto, pensamos que estávamos sossegados, porém não estávamos”, desabafou a idosa.
“Após a decisão do STJ, a Prefeitura de Campo Magro lançou um decreto em que determinava a área da chácara de Suely como de utilidade pública, de forma que o terreno deveria ser desapropriado. O decreto, assinado em fevereiro de 2013 pelo prefeito Louvanir Menegusso (DEM), também pretende desapropriar o terreno do CTG.
De acordo com o prefeito da cidade, tudo foi feito em acordo com os responsáveis pelo centro. “Houve acordo com toda patronagem, com todo o pessoal que faz parte da comissão e eles realmente estão interessados nesta desapropriação”, disse Menegusso. O prefeito ainda admite que a desapropriação, que será feita com dinheiro público, foi encomendada para atender interesses do CTG. “Sendo uma área pública, nós vamos conseguir recursos para poder fazer os pavilhões para que eles possam fazer os seus eventos. Eles têm eventos não só de rodeios, mas têm danças, tem tantas coisas que farão nesta área pública cedida naturalmente pelo município”, explicou o prefeito.
Para comprar a área e devolvê-la para o próprio CTG, o prefeito deve gastar R$ 300 mil. O mesmo valor do metro quadrado – em torno de R$ 10 mil – deve ser levado em conta para o terreno de Suely. “O preço qualquer que fosse não justifica. Tanta coisa para fazer aqui, nesse pequeno município. Falta muita coisa. Acredito que isso aí não é prioridade nenhuma”, disse. “
Assista o vídeo com o relato da história e as declarações do Prefeito Menegusso clicando aqui.