A falta de efetivo policial em Campo Magro, cuja responsabilidade cai sobre os órgãos do governo do estado, compromete o sitema hídrigo de seus mananciais, que tem 75 % de sua área protegida por leis ambientais. A represa do Passaúna, que é a principal fonte de abastecimento para Curitiba e região metropolitana, recebe todo esse potencial que está ficando comprometido e demasiadamente descuidado. A especulação imobiliária, invasões e a falta de fiscalização adequada, coloca em risco essas fontes, que segundo a Sanepar, tem alto poder de pureza. Segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Campo Magro, existem 26 áreas com ocupações ilegais, que se caracterizam pelo fracionamento da terra, fora dos padrões legais vigentes. Esses padrões estabelecem que para uma determinada metragem de terra deve haver uma casa para poucas pessoas , mas a realidade mostra que são construídas várias casas que abrigam dezenas e dezenas de pessoas na mesma metragem quadrada de terreno. Segundo Douglas Pospiesz de Oliveira, chefe da secretaria de Campo Magro, estes locais estão sendo usados sem nehuma estrutura, sem saneamento básico e como os lençois freáticos estão muito próximos da superfície, ficam facilmente sujeitos à contaminação extrema. Pospiesz salienta ainda que muitas das nascentes são atingidas diretamente e que quando a fiscalização da Prefeitura faz vistoria, são recebidos com hostilidade, onde muitas vezes a equipe de vistoria é perseguida pelos moradores com armas de fogo. As duas regiões mais preocupantes são Juruqui e Samambaia, onde existem casas irregulares e uma infinidade de construções, onde os moradores afirmam terem comprado seus fracionados terrenos em condições legais, o que não é realidade. O promotor Márcio Soares Berclaz, que acompanha os casos, diz : ” Campo Magro é um município com ricos recursos naturais e e sem muito problemas de habitação, onde a maioria das ocupações NÃO é feita por quem não tem onde morar, são os especuladores imobiliários que detem o dinheiro e em alguns casos eles são os criminosos responsáveis. Berclaz afirma que a impunidade é grande e que muitos processos que vinham se arrastando, prescreveram e atualmente não há mais o que fazer a não ser solicitar mais apoio dos órgãos governamentais para futuras prevenções.
Desde 1997, ano de emancipação de Campo Magro, o aumento populacional foi de 150%. A Delegacia da cidade só tem um policial, o que fez com que a investigação de 15 loteamentos clandestinos fosse passada para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, que também trabalha com dificuldades técnicas. O escrivão Marcelo dos anjos de Castro, disse que as cópias desses inquéritos já foram encaminhadas ao judiciario, e já retornaram para que os investigadores possam dar prosseguimento às investigações. O grande problema para quem compra esses lotes fracionados irregularmente em áreas protegidas é o desconhecimento da legislação e a lábia apurada dos especuladores imobiliários, que iludem e ofuscam a situação, oferecendo vantagens irreais aos seus clientes. O fracionamento irregular é crime previsto e pode dar multa de até 50 salários mínimos e pena de reclusão de um a quatro anos. A população local cobra da Prefeitura uma maior austeridade e comprometimente nessas questões.