Os artesãos de Campo Magro se reúnem amanhã dia 19 para o 1° encontro do ano, que se realizará no Centro de Eventos, Turismo e Artesanato. Esse evento terá como finalidade, não só o maior entrosamento entre artesãos, prefeitura e instituição financeira, mas sobretudo pela abordagem de temas essenciais à organização gestacional de todos os envolvidos no processo comercial dos produtos. Estarão participando do encontro os representantes da Confederação Nacional dos Artesãos do Brasil (Cnarts), Federação das Associações de Curitiba e Região Metropolitana e da Caixa Econômica Federal. Segundo o Cnarts, a estimativa é que o Brasil possua 10 milhões de artesãos. O pólo produtivo de móveis e artefatos de fibras aqui em Campo Magro concentra centenas e centenas de artesãos, distribuídos em pequenas fábricas de móveis artesanais, que funcionam mais como prestadores de serviço. A informalidade da atividade leva esses artesãos a abrir mão de direitos sociais, além de estimular a atuação de atravessadores e a evasão de renda do Município. Além do Vime, são utilizados como matéria prima o junco e as fibras sintéticas. Apesar da importância econômica da atividade na geração de trabalho e renda, a cadeia de produção ainda é desagregada, sem padronização e sem qualidade definida. Ao meu ver existe a necessidade de se desenvolver a cadeia produtiva do vime segundo os princípios de sustentabilidade, promovendo o cultivo local, maximizando o uso de mão de obra, agregando valor à produção através da capacitação dos produtores, preservando as áreas de proteção ambiental e coibindo a evasão de receitas do município. A organização estruturada dos produtores de Vime e dos Artesãos, somadas à adoção de um futuro selo de responsabilidade socio-ambiental e da origem dos artefatos produzidos, podem contribuir para uma maior comercialização com consequente elevação na geração de renda e atendimento das necessidades de inclusão social. A concentração da Cadeia Produtiva do Vime através de um Projeto Produtivo Local, que poderia ser realizado pela Secretaria da Indústria e Comércio de Campo Magro, alicerçada na definição de sustentabilidade do “Relatório Brundland”, que prega o desenvolvimento sustentável, como sendo aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades, é tudo que necessitamos. Se essa metodologia for aplicada , certamente contribuirá para um desenvolvimento local socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente correto.