Pelo que tudo indica, cobradores e passageiros podem esperar dormindo o novo reajuste da tarifa, mas quando ela vier, vai causar pesadelos. O prefeito Gustavo Fruet (PDT) afirmou que pretende definir até o final do mês, o índice de reajuste da tarifa do transporte coletivo de Curitiba. A decisão depende de definição do governo do Estado sobre a manutenção ou não do subsídio ao sistema de tarifa integrada da Capital e região Metropolitana, e da negociação entre motoristas e cobradores e as empresas concessionárias do serviço. O valor cobrado hoje do usuário é de R$ 2,60, mas a chamada “tarifa técnica”, que define o custo do serviço, é de R$ 2,89. Fruet deu a entender que não poderá esperar muito mais tempo. “Não recebi retorno ainda. Formalizamos (o pedido de manutenção do subsídio), já estive com o governador. Nós temos que definir isso agora nos próximos dez, quinze dias”, afirmou ele. Disse ainda : “Cumpri todo o ritual. É evidente que antes da decisão vou procurar um último contato (com o governador)”. Deve pesar ainda para a definição do reajuste o aumento do preço do óleo diesel, de 5,4%, e o reajuste dos salários dos motoristas e cobradores. A categoria pede aumento de 30%, enquanto as empresas oferecem apenas a correção da inflação do período de 6,63%. Além disso, as empresas alegam que o sistema de transporte da Capital vive hoje sua maior crise, e que a tarifa técnica, necessária para cobrir os custos do serviço atualmente deveria ser de R$ 3,10. A Urbs, ao mesmo tempo, aponta um acúmulo de prejuízos de R$ 100 milhões por conta do déficit entre as receitas do sistema e suas despesas. O presidente da Urbs, Rogério Gregório, já afirmou que, pelo contrato de concessão, qualquer reajuste acima do INPC para motoristas e cobradores só poderá ser decidido na Justiça. Também não há definição sobre qual o impacto da proibição do acúmulo de funções de motoristas que atuavam como cobradores, determinado por lei aprovada pela Câmara Municipal no final do ano passado, no reajuste da tarifa.