UM POUCO DE MIM


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Situações não muito convencionais sempre foram e continuam sendo uma forte constante na minha vida. Quem sabe elas aconteçam por uma simples ação do destino, ou pelas “sequelas” do meu precoce nascimento dentro do elevador do hospital …rs… Britanicamente estressado com horário, creio que não quis arriscar perder a hora programada do meu primeiro choro !

MOZZILLI JUDÔ CLUBE – CURITIBA
Eu e alguns de meus alunos.
Insuportavelmente ativo, aos 4 anos de idade, fui matriculado em uma academia especializada em judô, na intensão de que os tombos levados e o cansaço físico pudessem minimizar a minha eletricidade. Pura ilusão dos meus pais. Na primeira semana de aula eles foram convidados a comparecerem na academia para trocarem ideias com meu professor. Em casa eu continuava no mesmo ritmo. Demorei muitos e muitos anos para entender as artimanhas que meu professor Izuma Nonaka, havia empregado para fazer com que eu “desligasse” um pouco. A fórmula foi me  entupir de RESPONSABILIDADES. Na medida que eu era o responsável por anotar quem fazia bagunça, eu não bagunçava. Se eu era o responsável pela contagem da quantidade de exercícios, eu os fazia todos e gastava minhas energias. Se eu distribuía os copinhos para pegarem água no bebedouro, eu não os enchia para jogar nos outros, e assim por diante …
Foto antiga da Academia Mozzilli em São Paulo.
Alongamento após uma aula de DEFESA PESSOAL feminina.
A fórmula ideal para me conter, a cada dia me fazia tomar um gosto mais intenso pelo esporte. Quando já era adolescente, escutei uma conversa entre os professores de outras academias, e eles diziam que os mais bagunceiros eram sempre os que mais se destacavam nos campeonatos. Olhei para o meu passado e percebi que eu não havia fugido à regra. Morávamos em São Paulo, e após inúmeros anos classificando-me nos campeonatos paulista e paulistano, consegui antecipar a idade mínima que a Federação Paulista de Judô estipulava para  poder fazer os exames exigidos. Naquela época fui o mais novo faixa preta (sho-dan) do estado, pois tinha apenas 15 anos de idade. A minha sequência competitiva continuou, e devido à outras classificações em campeonatos oficiais, novamente fui o mais novo faixa preta segundo grau (ni-dan). Tinha 17 anos de idade
Eu e minha equipe de
faixas preta. 

A Confederação Brasileira determina que a cada exame de graduação, um maior intervalo de tempo seja respeitado, na intenção de se aperfeiçoar o que já se sabe, não necessariamente para se aprender coisas novas, como muitas pessoas leigas pensam. Hoje sou graduado como faixa preta 4° dan. Desse afinado gosto esportivo, veio a vontade de ter uma academia e ensinar tudo o que eu tinha aprendido. Tivemos uma em São Paulo, uma no interior do estado, e duas em Curitiba (Mozzilli Judô Clube). Uma grande maioria de pessoas acham que o judô é uma arte marcial cuja finalidade consiste somente em auto defesa e participação em campeonatos. Nada mais errado. O esporte de origem japonesa, tem na disciplina, respeito, hierarquia, auto-confiança e meditação, o seu forte esteio. Esses conceitos educacionais e o farto entrosamento que tive com japoneses, nisseis (filhos) e sanseis (netos), fizeram-me escrever um livro sobre a filosofia educacional aplicada ao comportamento do pré-adolescente. Dei ao livro o nome “As pedras do suave caminho”, e dediquei-o ao meu falecido pai. 

O-soto-gari, vigorosa 
técnica de projeção em pé !

Sempre dei aulas nas nossas academias, e quando as Forças Armadas Brasileiras instituíram o esporte como matéria obrigatória curricular em suas escolas, fui convidado a ser o responsável pelo esporte no Colégio Militar do Exército, no bairro do Tarumã , em Curitiba. A fartura de mais de 500 alunos, aliada à minha paixão pelo trabalho filantrópico que eu fazia, pois não aceitei remuneração, me renderam durante anos e anos, a posição privilegiada de ser a academia que mais ganhou competições no Paraná. Entendo a minha vida dentro do esporte como sendo completa, pois fui atleta, professor, escritor, participei das diretorias da Federação Paulista, Federação Catarinense, Federação Paranaense, e idealizei projetos que existem até hoje em São Paulo e interior. Projetos que quero e vou implantar em Campo Magro.

Mesmo dentro do esporte, a minha veia contestadora sempre se fez presente. Como diziam  os jornais da época,  criei infindáveis questionamentos sobre as atitudes arbitrárias de certas diretorias esportivas, que compraram veículos de apoio  para seus diretores em vez de ambulâncias para atletas como eu havia sugerido … sei lá,  sou assim, me sinto feliz desta forma, e quando tenho razão jamais penso em  parar de questionar …


Salão de musculação da academia.
Salas de artes marciais:
Térreo – Jiu-Jitsu, Karatê Shotokan, Muay-Thai
Primeiro andar – Judô e Krav-Magá
Entrada e estacionamento da Mozzilli Judô Clube.
Assista o espetacular vídeo : Koga the best !

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